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quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Fundadora da Pastoral da Criança estava no Haiti durante tremor

A médica pediatra e fundadora da Pastoral da Criança, Zilda Arns, estava no Haiti no momento em que um terremoto de 7 graus de magnitude atingiu o país nesta terça-feira. A senadora Ideli Salvatti disse que Arns morreu durante o tremor, após participar da reunião, em Brasília, sobre a situação dos brasileiros no país. A morte da médica, contudo, não foi confirmada pelo Ministério de Relações Exteriores brasileiro.

A Pastoral da Criança informou à Folha Online que Arns estava no país em uma missão humanitária e que, desde o tremor, registrado às 16h53 desta terça-feira (19h53 no horário de Brasília), não consegue mais contatá-la pelo celular.

A senadora Salvatti, do PT de Santa Catarina, disse que assessores do planalto informaram durante a reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva que Arns estava na rua quando o tremor ocorreu e que morreu em consequência da tragédia.

Médica pediatra e sanitarista, Arns, 75, fundou e coordena a Pastoral da Criança no Brasil, órgão de ação social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.
Lula discute a situação dos brasileiros no país com os ministros Nelson Jobim e Celso Amorim. Jobim deve seguir ainda nesta quarta-feira para a capital haitiana, Porto Príncipe, em avião da Força Aérea, para acompanhar no local o desenvolvimento da tragédia.

O general de brigada do Exército brasileiro Carlos Alberto Neiva Barcellos confirmou nesta quarta-feira, em coletiva de imprensa no quartel-general em Brasília, a morte de quatro militares brasileiros no tremor.

"É possível que tenhamos mais mortes", afirmou nesta quarta-feira o coronel Eduardo Cypriano, subchefe da comunicação do Exército.

De acordo com Barcellos, as quatro vítimas são: o sargento Davi Ramos de Lima, o tenente Bruno Ribeiro Mário e os soldados Antônio José Anacleto e Tiago Anaya Detimermani. Todos os militares seriam membros do 5º batalhão de infantaria-leve das forças brasileiras no Haiti.

Segundo o centro de comunicação do Exército, as mortes ocorreram fora da base do comando do batalhão do Exército brasileiro no Haiti, cujo prédio não sofreu grandes estragos.

Ao menos outros dez militares ficaram feridos devido o tremor, de acordo com Barcellos. Entre eles, estão: o tenente coronel Alexandre José dos Santos, o capitão Renan Rodrigues de Oliveira, o sargento Danilo do Nascimento de Oliveira, o cabo Eugênio Pesaresi Neto e o soldado Welington Soares Magalhães Neto.

Muitos civis estão à procura da sede militar para obter refúgio após o terremoto. Segundo o general, o comandante do Exército brasileiro Enzo Martins Peri será enviado ao país. Barcellos não confirmou se posteriormente o Exército enviará uma missão para o Haiti.

Há escombros por toda a parte na capital Porto Príncipe, o que impede que carros circulem pela cidade. O incidente comprometeu os sistemas de telefonia fixa e de celular, dificultando o repasse de informações.

Não há energia elétrica na capital, o que tornou as buscas ainda mais difíceis e comprometeu a avaliação dos danos do terremoto nesta madrugada. Segundo o Centro de Comunicação Social do Exército, muitos habitantes de Porto Príncipe estão buscando refúgio na base do Comando do Batalhão Brasileiro, menos atingida pelos abalos.

O Brasil tem 1.266 militares na Força de Paz da ONU, a Minustah, dos quais 250 são da engenharia do Exército. Os militares já tiveram participação no socorro às vítimas dos furacões de 2004 e de 2008, que atingiram o Haiti.

A força foi trazida ao país depois de uma sangrenta rebelião em 2004, que seguiu décadas de violência e pobreza. A missão é liderada pelas tropas brasileiras.

Mais vítimas

Uma fonte militar, citada pela agência de notícias France Presse, disse que três soldados jordanianos da missão de paz da ONU (Organização das Nações Unidas) morreram no terremoto e outros 21 ficaram feridos.

Eles foram identificados como os majores Atta Issa Hussein e Ashraf Ali Jayus e o cabo Raed Faraj Kal-Khawaldeh. A mesma fonte afirmou que nenhum dos 21 feridos corre risco de morte.

A imprensa estatal chinesa informou que pelo menos oito soldados chineses foram soterrados, e que outros dez estão desaparecidos.

O chanceler francês, Bernard Kouchner, afirmou em pronunciamento nesta quarta-feira que um dos funcionários da embaixada do país no Haiti ficou gravemente ferido.

Jornalistas da agência Associated Press descrevem danos graves e generalizados pelas ruas, onde sangue e corpos podem ser vistos. Segundo a agência, dezenas de milhares de pessoas estão desabrigadas. A rede de TV CNN informou que possui imagens de mortos pelas ruas da capital haitiana, mas que são muito fortes para exibição.

Danos

Mesmo prédios importantes como o palácio presidencial e a sede da missão da ONU não resistiram e sofreram sérios danos. O subsecretário-geral para Operações de Paz da ONU, Alain Le Roy, disse em um comunicado divulgado em Nova York que a sede da missão sofreu graves danos, juntamente com outras instalações das Nações Unidas e que um grande número de pessoas que trabalham para a organização continuava desaparecido.

Há relatos de casas que caíram de barrancos e de um hotel de luxo que teria desabado, soterrando 200 pessoas. Repórteres e testemunhas relatam grande destruição e cenas sangrentas na capital, Porto Príncipe.

As comunicações foram em grande parte interrompidas, tornando impossível obter um quadro completo sobre os danos, enquanto vários tremores que se seguiram ao grande sismo continuaram a assustar a população do país, onde muitas construções são precárias. A eletricidade foi cortada em alguns lugares.

Os embaixadores do Haiti no México e nos Estados Unidos informaram que o presidente René Préval está vivo, apesar do colapso do palácio presidencial

"A situação é muito grave", especialmente nos bairros mais populares, disse Manuel durante uma entrevista coletiva de no Ministério das Relações Exteriores do México, após conversar com o vice-chanceler mexicano, Salvador Beltrán. Fonte: Folha Online

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